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"Pedra Branca" - Caeté/MG |
A escalada em Caeté tem como ponto forte a Pedra Branca, a "Pedrona". Existem outros pontos de escalada, como a "Pedra Filha", que fica próximo a Pedra Branca, a Pedra da Maria da Costa, que tem seu ponto de inicio no bairro Charneux, a Pedra do Charuto, na Serra da Piedade e outros mais.
Conheceremos cada uma dos pontos de escalada, disponibilizando croquis com as vias catalogadas.
Pedra Branca - História da escalada e principais vias e acesso
O acesso se dá pela BR 262 no sentido Vitória, deve-se andar 35KM até o trevo e
depois mais 17 km até Caeté. já dentro de Caeté no primeiro posto de gasolina
virar á esquerda pela AV: doutor João pinheiro, depois virar a esquerda na rua
José Mariano e seguir por 500 metros e continuar a direita de um bar chamado
cristal. Após duzentos metros vai começar uma subida e no final desta virar a
esquerda em uma rua de terra que leva a base da pedra.
A primeira Investida de conquista na Pedra Branca aconteceu em 1991 contando com a participação de Antônio Carlos Magalhães, Celso, Fábio Cota e Emerson Alves. Conquistaram uma parede seguindo uma linha natural da pedra que ficou batizada de "Face Norte da Pedra Branca" sendo seu grau sugerido 3º IV e tendo 120 m de extensão.
Do cume se pode ter uma boa vista de toda á cidade de Caeté e também da Serra da
Piedade.
Apesar de já contar com mais de vinte vias a pedra branca ainda
possui uma de suas faces com poucas vias (próximo a via "Esperas dos Urubus"8º
grau) onde é possível a abertura de novas vias com dificuldades variáveis.
Outro ponto interessante da pedra Branca, é que ela sendo uma pedra de
granito, é bem mais aderente que o calcário tão abundante na região. Como é
próxima a Belo Horizonte ela se tornou um ótimo local para treino de aderência
dos escaladores da grande metrópole tão acostumados aos buracos do calcário.
Sobre as vias:

"Face Norte": Foi a primeira via da Pedra Branca conquistada em 1992, ela segue
uma linha natural da montanha, numa seqüência de platôs como é comum nas
primeiras ascensões, é hoje uma das vias mais freqüentadas, possui dois grampos
em todas as paradas e é possível também descer caminhando do
topo.
Criaturas da Noite: Esta via tem início em um diedro a direita da
base da via Face Norte e seu primeiro grampo está no final deste diedro. A via
leva esse nome pois na conquista, foram encontrados filhotes de coruja na sua
primeira parada, e morcegos dentro do diedro. Seu final é na via Face
Norte.
Tendência Suicida: Está via começa um pouco adiante de uma cerca
na trilha que margeia toda a base da pedra. Conquistada originalmente em 1994
com apenas três proteções em 70 mt, veio mais tarde a ser bem protegida e possui
vários lances de equilíbrio e precisão, terminando na via Face Norte.
"Restos de Woodstock": Localizada na grande mancha amarela é uma
seqüência de lances atléticos, ainda não encadenados em sua parte superior,
possível 9ºa vista. É a via mais difícil da Pedra Branca.
“Thor” : Via
inicialmente conquistada em solo por Eustáquio Júnior em 1994. Em 1996, teve seu
traçado aumentado e foi inteiramente equipada com proteções fixa, sendo que os
três primeiros grampos precisam ser trocados.
"Barbarela" : Começa
protegida com chapeletas porem cruza com a via ciganos molhados na sua terceira
proteção.
"Ciganos Molhados": Esta via possui todos os seus grampos
pintados de vermelhos e fica bem a esquerda da via parede preta.
Fonte: Federação de Montanhismo e Escalada de Minas Gerais.
Croqui: Guia de Escalada Caeté
Serra
da Piedade
A Serra da Piedade está localizada no município de Caeté a cerca de 60km de
Belo Horizonte. A serra é o extremo leste de uma grande estrutura geológica
de direção Nordeste-Sudoeste que recebe diversos nomes, de Oeste para Leste:
Serra de Itatiaiuçu/Igarapé, Serra Azul, Fecho do Funil, Três Irmãos, Serra
do Rola Moça, Serra da Mutuca, Serra do Curral, Serra do Taquaril e
finalmente Serra da Piedade. Praticamente todas apresentam afloramentos nos
quais é possível a prática de escalada. Na Serra do Curral as vias
concentram-se no Parque Municipal das Mangabeiras e na Serra de
Igarapé/Itatiaiuçu estão sendo abertas diversas vias e logo se tornarão
campos-escola.
Estas “montanhas” existem porque são formadas por cangas (crosta resistente à
erosão e muito rica em óxidos de ferro) e “itabiritos” ( rochas metamórficas
formadas por camadas alternadas de quartzo e ferro).
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Nº
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Nome
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Nº
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Nome
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1
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Nascente
de Água
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11
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Bloco
da Exibição
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2
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Trevo
Para Topo da Serra
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12
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Observatório
Astronômico da UFMG
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3
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Pontão
Talismã
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13
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Bloco
do Pneu
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4
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Maciço
do Charuto
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14
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Gruta
do Eremita
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5
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Pontão
Impiedoso
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15
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Campo
Bravo
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6
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Pontão
Cheguevara
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16
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Bloco
do Paul
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7
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Pontão
Baião de Três e via da Colher
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17
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Bloco
Vídeo-Game
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8
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Pontão
das Orquídeas
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18
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Campo
Alfa
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9
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Pontão
das Brumas
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19
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Antenas
do Sindacta/F.A.B.
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10
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Santuário
da Piedade
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20
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Mineraçã
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A Serra
da Piedade com seus 1746 metros de altitude chama a atenção dos humanos desde
o início da ocupação da região. Em 1673 o paulista Fernão Dias adentrou nas
terras mineiras em busca de riquezas, que poderiam ser encontradas na mística
“Serra de Sabarabuçu”, designação da “Serra Resplandescente” ou
Itaberaba-oçu, que após muitas modificações lingüísticas se transformou em
Tabaraboçu e já no século 17 popularizou-se como Sabarabuçu. Fernão procura,
sem nada encontrar, prata e pedras preciosas na região da Serra da Piedade,
que podia ser vista de muito longe, com seus afloramentos de itabirito
reluzindo ao sol. Alguns anos depois descobre-se ouro nas márgens do Rio das
Velhas, que passa próximo à serra, levando a identificação da mesma como a
perseguida montanha dos tesouros. Desta história surge o nome do povoado que
se formou no sopé da serra - Sabará, coincidentemente nesta cidade hoje
histórica, nasceram grandes escaladores mineiros, inclusive Emerson Azeredo e
Chander Cristian.
A Serra da Piedade para os escaladores
Os diversos pontões da serra são frequentados desde os anos 60 por
escaladores. A Serra da Piedade é um bom local para se escalar porque além de
ter uma bela vista é também pouco frequentada - não é preciso pegar senha nas
bases das vias. A maioria das vias são feitas em “top rope”, portanto, não é
preciso ter mais do que o equipamento básico para se escalar. Outro aspecto
interessante é a grande variedade de tamanhos e formas dos blocos e pontões,
o que permite reunir num mesmo local as mais diversas técnicas de escalada
como chaminés, oposições, agarras e fendas.
A rocha apresenta grande resistência à perfuração, o que levou ao
estabelecimento de escaladas utilizando preferencialmente proteções naturais
(bicos de pedra) e móveis. Os blocos são muito bons para treinamento de
iniciantes nas técnicas de escalada, pois é possível escalar mais de uma
dezena de vias curtas (boulders com segurança) no mesmo dia. Este ótimo
campo-escola é utilizado pelo Exército Brasileiro, especificamente pela seção
de montanha do 12º Batalhão de Infantaria, sediado em Belo Horizonte, para
treinamento de seus homens. Os blocos utilizados pelos militares apresentam
marcas feitas com tinta, indicando frequentemente as agarras que devem ser
utilizadas, o que é interessante para quem escala pela primeira vez. Os
treinamentos são realizados apenas em algumas semanas do ano e em dias de
semana, não havendo restrição à utilização do campo-escola por escaladores
civis.
Pontão Talismã Este pontão está localizado no lado esquerdo da
estrada (de quem sobe), na última curva forte para a direita antes do topo da
serra. A via de escalada está localizada na maior face do pontão (lado
norte). |
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4 - Maciço do Charuto
A
Pedra do Charuto foi escalada pela primeira vez na década de 50. Várias gerações
de escaladores têm freqüentado o maciço desde então, sendo que provavelmente o
pontão “Catedral” foi conquistado na década de setenta pelos escaladores do
CEBH- Centro Excursionista Belo Horizonte.
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Na década
de oitenta/noventa os escaladores Antonio Carlos Magalhães e Rodrigo Tinoco
conquistaram a chaminé “Ironias”, no Pontão dos Emboabas. Em 2002,
Eustáquio Macedo Melo Júnior, Antônio Carlos Magalhães e Daniel Ferreira Mariano
conquistam a via “ O sonho não acabou” no Pontão Maior, que já havia sido
escalado anteriormente em solo por escaladores do CEBH e Eduardo “Ralf”. Este
maciço também é utilizado pelo Exército Brasileiro para treinamento em montanha,
como evidenciam as setas pintadas na rocha indicando algumas trilhas.
Acesso: A
estrada de acesso ao maciço do Charuto está localizada trezentos metros após a
entrada para o santuário da Piedade no sentido BH-Caeté (vide mapa da página
18). Esta estrada foi aberta recentemente como opção de acesso ao cume da serra.
Infelizmente a obra não foi realizada com a devida preocupação com o meio
ambiente, causando um enorme impacto ambiental, sendo esta a segunda agressão
(no mesmo ano) do homem neste santuário ecológico. A estrada está literalmente
desmoronando e não cumpre o seu objetivo. Apesar destes pontos negativos, a
estrada facilita o acesso dos escaladores ao maciço do charuto, já que o traçado
passa a cerca de cento e cinquenta metros do mesmo, conforme mostra o mapa da
página seguinte. Veículos de passeio conseguem chegar até cerca de duzentos
metros da curva onde começa a trilha, esta é a curva mais forte da estrada e
dela pode-se avistar os pontões. O local não é muito freqüentado, porém existem
várias trilhas paralelas que levam ao maciço, que está sempre dentro do campo de
visão.
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5 - Pontão Impiedoso
Este
pontão pode ser avistado no lado oposto do vale onde está o maciço do Charuto. O
acesso a partir do charuto é bastante complicado e não
recomendado.
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Para a
primeira ascensão, os conquistadores atacaram o pontão por baixo, abrindo uma
trilha pela mata, contornando-o até uma chaminé onde a escalada é a mais curta
possível.
A via
passa aproximadamente pela linha marcada na foto, com cerca de trinta metros de
extensão. No topo existe um grampo para rapel. A vista deste pontão é muito
bonita, vale a pena conferir. Via “Alfa Centauro” - 4º - móvel - 30 metros -
Daniel Mariano e Antonio C. Magalhães.
6 - Pontão Che
Guevara
Este pontão é um “irmão” do Pontão Impiedoso. A trilha de
acesso é pela crista leste da serra passando pelo Pontão Baião de três. A via ao
cume passa por uma fenda em oposição muito interessante e delicada. Via “Cuba
Livre” - 4º - móvel - 15 metros - Daniel Mariano e Antonio C. Magalhães.
observação: A via possui grampo no cume.
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7- Pontão “Baião de Três” e “Via da
Colher”
O acesso para este pontão pode ser feito a partir de uma
escada de concreto que começa ao lado direito da capela (veja esquema abaixo).
No fim da escadaria, começa uma trilha que dá acesso a vários pontões e para a
“água da santa”, um tanque de cimento que armazena
água.
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O pontão
Baião de Três é facilmente identificável pois a trilha passa ao seu lado (lado
direito na foto). O mesmo pode ser escalado por uma chaminé de dez metros, de
segundo grau de dificuldade. A chaminé está a margem da trilha e foi escalada
Antonio Carlos Magalhães, Daniel Ferreira Mariano e Eustáquio M.M. Júnior em
2002. A trilha para a “água da santa” sai à esquerda, antes do pontão “Baião de
Três”.
A via da colher é uma via em top rope escalada pela primeira vez
por Eustáquio M.M. Júnior e “Léo Bocão” de Pedro Leopoldo em 1991. Esta via está
localizada na trilha de acesso para “água da santa”, nas parte inferior do
pontão “Baião de três”.
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8 - Pontão das
Orquídeas
O Pontão das Orquídeas pode ser atingido pela trilha que
passa pelo Pontão Baião de Três, sendo o mesmo fácilmente localizado devido a
sua imponência. A trilha até a base da via é bastante acidentada passando entre
diversos blocos. Este é um dos pontões mais bonitos da serra e merece ser
visitado. O mesmo foi escalado em 1986 por André Ilha, Antonio Carlos Magalhães,
André Jack e Julinho.
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9 -
Pontão das Brumas
Este pontão pode ser avistado da escadaria de
concreto que desce do santuário. É um pontão afastado no pé da serra que deve
ser localizado pelo mapa esquemático. Apesar do isolamento, o mesmo foi escalado
em 1991 por Antonio Carlos Magalhães e Celso Gomes.
11 - Bloco da
Exibição
Localizada no bloco ao lado da placa indicativa de altitude
da Serra da Piedade, em frente ao restaurante(veja o mapa esquemático). Este top
rope pode ser montado escalando-se em solo pela direita da via. No topo do bloco
há um grampo, porém o ideal é que se faça uma ancoragem extra pois o grampo não
está bom. O grau de dificuldade desta escalada está na casa do 6º grau. À
esquerda da via da exibição está outro top rope, a “Via da Aranha”, que pode
atingir 8º grau de dificuldade. As primeiras escaladas foram realizadas por
Emerson Alves Azeredo e Eustáquio M.M. Júnior e Fabiano da Silva Fernandes em
1991.
13 - Bloco do Pneu
O acesso a este bloco pode ser
feito pela trilha da “Gruta do Eremita”, que está indicada por placas. Após
passar a entrada da gruta, virar a direita, este é o bloco do pneu. O bloco
possui duas vias em top rope. A via do pneu é utilizada pelo exército para
treinamento e possui um pneu para proteger a ancoragem de topo. A mesma
ancoragem é utilizada para a via “Menino Chato” uma homenagem carinhosa ao
escalador Fabiano Fernandes. Esta via possui dois lances negativos sendo porém
uma escalada de 5º grau de dificuldade. A via foi escalada pela primeira vez em
1991 por Charles Costa Marinho, Eustáquio M.M. Júnior e Fabiano
Fernandes.
14 - Gruta do Eremita
Esta é uma das atrações da
Serra da Piedade. Trata-se de um pequena cavidade entre blocos, que era
utilizada por um dos padres residentes no santuário para retiro espiritual. A
entrada da gruta é bem sinalizada e existe uma via militar no seu lado
direito.
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16 - Bloco do Paul
Este
bloco está localizado logo após o campo escola do exército, do lado direito da
estrada, subindo a serra (ver foto) este bloco possui duas vias em móvel, a ”via
do acidentado” e “via do nó”. Esta via tem este nome devido a algumas de suas
proteções poderem ser feitas com nós de fita. O bloco foi batizado de “bloco do
Paul”, em homenagem ao escalador inglês pioneiro nas escaladas na serra. As
primeiras escaladas das vias foram realizadas por Fabiano Fernandes, Lucas e
Mário de Almeida Neto em 1991.
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17 - Bloco do
Vídeo-game
A trilha para o Bloco do Vídeo-game estará a esquerda dos
pontões Alfa tendo para a frente o alto da Serra da Piedade (ver mapas e fotos).
O bloco não possui grampos, porém há bons pontos de ancoragem no topo para
montagem de top rope. São aproximadamente 20 metros de parede e o bloco leva
este nome devido a sua escalada se dividir em três níveis de dificuldade,
progressivos como fases de um jogo eletrônico. Possui também duas chaminés na
lateral esquerda do bloco, que até a data de edição do livro, provavelmente
permanecem
virgens.
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