domingo, 18 de novembro de 2012

A Serra da Piedade, seus pontões e a Escalada



A Serra da Piedade apresenta vias abertas por diversas gerações de escaladores sendo as primeiras realizadas provavelmente por Harald Friedrich do Centro Excursionista Brasileiro/RJ na área da Pedra do Charuto. A área foi campo-escola também do pessoal do CEBH- Centro Excursionista Belo Horizonte na década de sessenta. Nos anos oitenta a dupla André Ilha e Antonio Carlos Magalhães realizou conquistas na área juntamente com o pessoal de Belo Horizonte. No início da década de noventa, as rochas da serra serviram de treinamento de boa parte da futura geração de escaladores que seriam os pioneiros nos campo-escola da Lapinha e Baú. As áreas estão numeradas de acordo com o esquema geral.

Pontão Talismã
Este pontão está localizado no lado esquerdo da estrada (de quem sobe), na última curva forte para a direita antes do topo da serra. A via de escalada está localizada na maior face do pontão (lado norte).


4 - Maciço do Charuto

A Pedra do Charuto foi escalada pela primeira vez na década de 50. Várias gerações de escaladores têm freqüentado o maciço desde então, sendo que provavelmente o pontão “Catedral” foi conquistado na década de setenta pelos escaladores do CEBH- Centro Excursionista Belo Horizonte.
Na década de oitenta/noventa os escaladores Antonio Carlos Magalhães e Rodrigo Tinoco conquistaram a chaminé “Ironias”, no Pontão dos Emboabas.

Em 2002, Eustáquio Macedo Melo Júnior, Antônio Carlos Magalhães e Daniel Ferreira Mariano conquistam a via “ O sonho não acabou” no Pontão Maior, que já havia sido escalado anteriormente em solo por escaladores do CEBH e Eduardo “Ralf”. Este maciço também é utilizado pelo Exército Brasileiro para treinamento em montanha, como evidenciam as setas pintadas na rocha indicando algumas trilhas.
Maciço do Charuto Topo do Pontão do Maciço do Charuto
Acesso: A estrada de acesso ao maciço do Charuto está localizada trezentos metros após a entrada para o santuário da Piedade no sentido BH-Caeté (vide mapa da página 18). Esta estrada foi aberta recentemente como opção de acesso ao cume da serra. Infelizmente a obra não foi realizada com a devida preocupação com o meio ambiente, causando um enorme impacto ambiental, sendo esta a segunda agressão (no mesmo ano) do homem neste santuário ecológico. A estrada está literalmente desmoronando e não cumpre o seu objetivo. Apesar destes pontos negativos, a estrada facilita o acesso dos escaladores ao maciço do charuto, já que o traçado passa a cerca de cento e cinquenta metros do mesmo, conforme mostra o mapa da página seguinte. Veículos de passeio conseguem chegar até cerca de duzentos metros da curva onde começa a trilha, esta é a curva mais forte da estrada e dela pode-se avistar os pontões. O local não é muito freqüentado, porém existem várias trilhas paralelas que levam ao maciço, que está sempre dentro do campo de visão.

5 - Pontão Impiedoso

Este pontão pode ser avistado no lado oposto do vale onde está o maciço do Charuto. O acesso a partir do charuto é bastante complicado e não recomendado.
Para a primeira ascensão, os conquistadores atacaram o pontão por baixo, abrindo uma trilha pela mata, contornando-o até uma chaminé onde a escalada é a mais curta possível.
A via passa aproximadamente pela linha marcada na foto, com cerca de trinta metros de extensão. No topo existe um grampo para rapel. A vista deste pontão é muito bonita, vale a pena conferir. Via “Alfa Centauro” - 4º - móvel - 30 metros - Daniel Mariano e Antonio C. Magalhães.


6 - Pontão Che Guevara

Este pontão é um “irmão” do Pontão Impiedoso. A trilha de acesso é pela crista leste da serra passando pelo Pontão Baião de três. A via ao cume passa por uma fenda em oposição muito interessante e delicada. Via “Cuba Livre” - 4º - móvel - 15 metros - Daniel Mariano e Antonio C. Magalhães. observação: A via possui grampo no cume.
7- Pontão “Baião de Três” e “Via da Colher”

O acesso para este pontão pode ser feito a partir de uma escada de concreto que começa ao lado direito da capela (veja esquema abaixo). No fim da escadaria, começa uma trilha que dá acesso a vários pontões e para a “água da santa”, um tanque de cimento que armazena água.
O pontão Baião de Três é facilmente identificável pois a trilha passa ao seu lado (lado direito na foto). O mesmo pode ser escalado por uma chaminé de dez metros, de segundo grau de dificuldade. A chaminé está a margem da trilha e foi escalada Antonio Carlos Magalhães, Daniel Ferreira Mariano e Eustáquio M.M. Júnior em 2002. A trilha para a “água da santa” sai à esquerda, antes do pontão “Baião de Três”.

A via da colher é uma via em top rope escalada pela primeira vez por Eustáquio M.M. Júnior e “Léo Bocão” de Pedro Leopoldo em 1991. Esta via está localizada na trilha de acesso para “água da santa”, nas parte inferior do pontão “Baião de três”.
8 - Pontão das Orquídeas

O Pontão das Orquídeas pode ser atingido pela trilha que passa pelo Pontão Baião de Três, sendo o mesmo fácilmente localizado devido a sua imponência. A trilha até a base da via é bastante acidentada passando entre diversos blocos. Este é um dos pontões mais bonitos da serra e merece ser visitado. O mesmo foi escalado em 1986 por André Ilha, Antonio Carlos Magalhães, André Jack e Julinho
.
9 - Pontão das Brumas

Este pontão pode ser avistado da escadaria de concreto que desce do santuário. É um pontão afastado no pé da serra que deve ser localizado pelo mapa esquemático. Apesar do isolamento, o mesmo foi escalado em 1991 por Antonio Carlos Magalhães e Celso Gomes.

11 - Bloco da Exibição

Localizada no bloco ao lado da placa indicativa de altitude da Serra da Piedade, em frente ao restaurante(veja o mapa esquemático). Este top rope pode ser montado escalando-se em solo pela direita da via. No topo do bloco há um grampo, porém o ideal é que se faça uma ancoragem extra pois o grampo não está bom. O grau de dificuldade desta escalada está na casa do 6º grau. À esquerda da via da exibição está outro top rope, a “Via da Aranha”, que pode atingir 8º grau de dificuldade. As primeiras escaladas foram realizadas por Emerson Alves Azeredo e Eustáquio M.M. Júnior e Fabiano da Silva Fernandes em 1991.

13 - Bloco do Pneu

O acesso a este bloco pode ser feito pela trilha da “Gruta do Eremita”, que está indicada por placas. Após passar a entrada da gruta, virar a direita, este é o bloco do pneu. O bloco possui duas vias em top rope. A via do pneu é utilizada pelo exército para treinamento e possui um pneu para proteger a ancoragem de topo. A mesma ancoragem é utilizada para a via “Menino Chato” uma homenagem carinhosa ao escalador Fabiano Fernandes. Esta via possui dois lances negativos sendo porém uma escalada de 5º grau de dificuldade. A via foi escalada pela primeira vez em 1991 por Charles Costa Marinho, Eustáquio M.M. Júnior e Fabiano Fernandes.

14 - Gruta do Eremita

Esta é uma das atrações da Serra da Piedade. Trata-se de um pequena cavidade entre blocos, que era utilizada por um dos padres residentes no santuário para retiro espiritual. A entrada da gruta é bem sinalizada e existe uma via militar no seu lado direito.
16 - Bloco do Paul

Este bloco está localizado logo após o campo escola do exército, do lado direito da estrada, subindo a serra (ver foto) este bloco possui duas vias em móvel, a ”via do acidentado” e “via do nó”. Esta via tem este nome devido a algumas de suas proteções poderem ser feitas com nós de fita. O bloco foi batizado de “bloco do Paul”, em homenagem ao escalador inglês pioneiro nas escaladas na serra. As primeiras escaladas das vias foram realizadas por Fabiano Fernandes, Lucas e Mário de Almeida Neto em 1991.
17 - Bloco do Vídeo-game

A trilha para o Bloco do Vídeo-game estará a esquerda dos pontões Alfa tendo para a frente o alto da Serra da Piedade (ver mapas e fotos). O bloco não possui grampos, porém há bons pontos de ancoragem no topo para montagem de top rope. São aproximadamente 20 metros de parede e o bloco leva este nome devido a sua escalada se dividir em três níveis de dificuldade, progressivos como fases de
um jogo eletrônico. Possui também duas chaminés na lateral esquerda do bloco, que até a data de edição do livro, provavelmente permanecem virgens.

FONTE: Federação de Montanhismo e Escalada de Minas Gerais.

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